Paulo Emilio - 80 Anos

A Regra do Jogo

31 de dezembro de 9999 - 23h59

Ficha técnica

La Règle du Jeu
França, 1939
Jean Renoir
Roteiro: Jean Renoir (com a colaboração Cari Koch)
Montagem: Marguerite Renoir
Fotografia: J. Bachelet
Música: Roger Désormières e Joseph Kosma
Elenco: Marcei Dalio, Nora Gregor, Roland Toutain, Mila Parely, Jean Renoir, Gaston Modot, Paulette Dubost
Produção: Nouvelle Edition Française (J. Renoir).

SINOPSE:
“La Règle du Jeu, a última fita francesa [de Renoir] antes da partida para os Estados Unidos, fora distribuída algumas semanas antes do início da guerra, diante da mais total incompreensão da crítica e do público, no qual se incluía o autor deste artigo. Durante os anos da guerra conservei na memória apenas a sequência, aliás extraordinária, de uma caçada. Faço essa confissão com certa vergonha, pois hoje La Règle du Jeu é para mim (e para muitos) não só a obra-prima de Renoir, mas o melhor filme francês e um dos melhores do mundo.
“Com efeito, os primeiros críticos da fita, levados pelas idéias convencionais que haviam estabelecido em relação a Renoir, limitaram-se a ver em La Règle du Jeu uma sátira ao comportamento humano da classe dirigente francesa. Não há dúvida de que a regra do jogo é a mentira, é a hipocrisia necessária para o equilíbrio das relações entre membros de uma burguesia aristocratizada e alienada pelo lazer, e que a não observância da regra conduz a catástrofes. Mas esse é um lado do díptico, a metade da fita. Na outra, desenvolvida paralelamente e de igual importância, os personagens são os empregados cujo estatuto popular não impede que fiquem presos, tanto quanto os patrões, ao mecanismo impiedoso e desumanizador da regra. Os ecos sociais da fita são amortecidos por um pessimismo global e profundo em relação à natureza humana. Diferentemente, porém, de Stroheim, um dos seus mestres, Renoir tem simpatia por todos os personagens, suas falhas, hipocrisias e ridículos. [...] Renoir acumplicia-se com as razões de cada um, não julga individualmente ninguém, mas é ao mesmo tempo implacável com todos.” (SL I: 332, 335).

A Regra do Jogo