Ficha técnica

Toda Nudez Será Castigada
Brasil, 1973
Arnaldo Jabor
Ficção, 35mm, cor, 107min.
Elenco: Paulo Porto, Darlene Glória, Paulo Sacks, Paulo César Pereio, Hugo Carvana.

SINOPSE:
Em uma família tradicional, Herculano, um homem puritano, prometeu para seu filho que jamais teria outra mulher após a morte da esposa, mas apaixona-se pela prostituta Geni, o que lança seu filho, seus parentes e ele mesmo numa delirante crise de valores.

Motivos para ver
Considerada uma das mais bem sucedidas adaptações de Nelson Rodrigues para o cinema, o filme é mistura de melodrama e comédia, traçando um retrato da hipocrisia moral da classe média carioca. Destaca-se ainda, pela marcante trilha de Astor Piazzolla, pelo inesquecível e imprevisível desfecho, e pela presença de Darlene Glória na figura da prostituta Geni, numa das mais inesquecíveis interpretações do cinema brasileiro.

"O enredo é folhetinesco, feito de reviravoltas, de surpresas e, para auxiliar na abreviação de trechos, temos uma estrutura em flashback. Marca da agilidade do texto de Nelson Rodrigues e de suas afinidades cinematográficas, que Jabor bem explorou, mobilizando a montagem para a condução fluente dos paralelismos, dos "golpes de teatro". Na segunda metade do filme, intensificou o uso dos recursos do cinema para os detalhes que economizam narrações verbais, notadamen- te nas situações ligadas à figura do filho, mais autônomo no filme, mais presente em cena. A tendência ao corte ágil e à exploração do jogo de olhares culmina na sequência final, quando além de suprimir diálogos, Jabor dá um tratamento diferenciado ao episódio do aeroporto para sublinhar a reação de Geni diante da fuga do enteado. É o lance-chave da adaptação." (Ismail Xavier)