O CINEMA VISTO POR JEAN-CLAUDE BERNADET


Em M_1, M_2 encontra-se tensionada entre M_3 e M 4. M_2 é o culto das aparências, e portanto não se oculta, mas é puro brilho espetacular. M_2 é a peneira com que tentamos tapar M_4, esta M_4 radical, única, de que só se pode dizer o "como", nunca o "porquê". M_3 procura constantemente macular M_2, e nós procuramos constantemente escondê-la debaixo do tapete. É bem verdade que o sexo existe, mas dele não virá senão um prazer ocasional e passageiro.
É o que nos revelaria o Prêt-à-porter de Robert Altman, caso já não o tivessem feito O Ano passado em Marienbad e Muriel de Alain Resnais, Lola Montes de Max Ophuls, ou La Dolce Vita de Federico Fellini.
Este texto começa a ganhar sentido, e uma filosofia se esboça, se substituirmos M_1 por Mundo, M_2 por Moda, M_4 por Morte, e M_3 por...

Jean-Claude Bernardet, maio de 1995.