A Hora Azul
Ficha técnica
Die Blaue Stunde
Alemanha, Suíça, 1992
Marcel Gisler
Cor, 87min, 35mm (ampliado de 16 mm), exibição em vídeo, legendas em espanhol.
Roteiro: Marcei Gisler, Andreas Herder, Rudolf Nadler
Fotografia: Ciro Cappelari
Edição: Bettina Böhler
Cenografia: Kirsten Johannsen
Elenco: Andreas Herder, Dina Leipzig, Cyrille Rey-Coquis, Anton Rattinger.
SINOPSE:
Theo trabalha como garoto de programa em uma grande cidade. O telefone determina o transcorrer de seu dia. Seus clientes estão satisfeitos com ele. Sentem-se bem atendidos e por isto voltam. Através do telefone Theo descreve-se da seguinte maneira: “olhos verdes, alto, com uma figura atlética e tenho um cu forte e um pênis grande e bonito”. A vizinha de Theo trabalha numa loja de discos. Ao ter um desgosto com seu companheiro Paul, começa uma cautelosa aproximação entre o garoto de programa Theo e Marie.
No filme de Marcei Gisler encontra-se em primeiro plano o destino individual, concentrando-se formalmente no retrato de uma pessoa. Em uma narração de estrutura simples, linear, o filme descreve a aproximação de duas pessoas. Independentemente de pertencer a um certo grupo social, a atenção do filme esta dirigida para sua psicologia.
Com este filme Marcei Gisler conclui sua trilogia berlinense integrada pelos filmes Tagediebe (1985) e Schlaflose Nächte (1988).
Marcei Gisler (Altstätten, St. Gallen, 1960)
Rodou seu primeiro longa, Tagediebe, depois de haver feito filmes experimentais em vídeo e super 8, premiado com o Leão de Prata em Locarno, em 1985. Seu segundo filme, Schlaflose Nächte, ganhou em 1988, também em Locarno, o terceiro prêmio.
“Primeiro queria fazer algo sobre a prostituição. A prostituição masculina esta rodeada de mais tabus que a feminina. No decorrer do trabalho de pesquisa, aprendi a ver a prostituição cada vez mais como um trabalho, que mesmo difícil não é mais que o de um enfermeiro ou de um trabalhador especializado numa obra de construção. Chamou-me a atenção a solidão dessas pessoas, essa solidão total que raramente consegui perceber parcialmente. Isto me interessou muito mais do que o fato de alguém vender seu próprio corpo. Não há nada de sensacional em meu garoto de programa. Ele faz seu trabalho corno qualquer outra pessoa, ele é normal e sua solidão, por isso mesmo, é uma solidão normal, igual ao das outras pessoas, tal como eu a observo ao olhar ao meu redor.” (Marcel Gisler)