21 de março de 1996 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio

Ficha técnica

Weg Durch Zeit
Alemanha, 1989
Manfred Waffender
Cor, 53min, 16mm, vídeo.
Roteiro: Manfred Waffender
Fotografia: Pavel Schnabel
Música: Tom Willems
Edição: Boltina Böhler
Cenografia: Mark Smith
Elenco: Sabine Weber, Hubertus Petroll, Martin Baier.

SINOPSE:
Weg Durch Zeit descreve a velocidade como ritmo vital. “Às vítimas da velocidade” é a dedicatória deste filme. Um homem na metade de sua vida, dirige um automóvel veloz. É um locutor de notícias. As rápidas imagens de sua profissão o perseguem e o oprimem. Acidenta-se. No caminho do hospital entra em delírio. As imagens de seu passado se misturam com imagens da ciência. Quando era menino havia sentido pela primeira vez o prazer da vida veloz: ia sentado numa Vespa e protegido entre seus pais via na paisagem, que se deslocava com rapidez, uma excitante aventura. Em terra de ninguém, fora do tempo, inconsciente, volta a sentir a embriaguez da velocidade e ao mesmo tempo a ressaca: o temor ante o cansaço, a perseguição e o infarto do miocardio. Vive uma transcendência, favorecida também pela velocidade. Enquanto isso seu corpo é amarrado com cintos e numa postura rígida, como em um ataúde, permanece em estado cataléptico. Seu espírito oscila entre o consciente e o inconsciente, entre a loucura homicida c o estado de coma, entre a ilusão e a colisão. WEG DURCH ZEIT é uma colagem. Cenas de filmes, material Super-8, fotografias científicas e históricas vão-se entrelaçando para criar um tempo instantâneo no qual os mais velozes estão deixando de ser os vencedores.

Manfred Waffender (1952)
Jornalista e autor de livros e guias de viagem, roteirista e diretor de filmes. Alguns trabalhos para a televisão: Die Kinder von Apple, Atari und Commodore (As crianças do Apple, Atari e Commodore, 1984), Scketches of Spain (Cenas da Espanha, 1986), The Comedy (A Comédia, 1988).
“Com frequência a velocidade é consequência do perigo. No reino animal ela surge como um reflexo do susto. O temor da morte, igual ao temor do vazio, leva à pressa. Mas não é a própria velocidade que dissolve o espaço, fazendo desaparecer as imagens, produzindo o vazio? Talvez tenhamos nos apaixonado pela velocidade para poder sair rapidamente do lugar em que nos encontramos ”.
(Manfred Waffender)

Caminho pelo Tempo