CINEMA POLONÊS


O CINUSP “Paulo Emílio” se alia ao Instituto de Estudos Avançados para, a partir da criação da Cátedra “Nicolau Copérnico”, homenagear o cinema polonês. Dois cineastas foram escolhidos: Andrzej Wajdae Krzysztof Kieslowski.
Wajda pelo seu cinema voltado para a crítica aguda às questões sociais e políticas e Kieslowski pela sensibilidade como coloca em discussão questões tão fundamentais para o ser humano como a vida e a morte. Kieslowski está morto, mas sua obra estará sempre presente na história do cinema.

Maria Dora Genis Mourão, coordenadora Geral do CINUSP “Paulo Emílio”.
 

Krzysztof Kieslowski (Polônia, 1941-1996)

Formou-se na Escola Superior de Cinema e Televisão de Lódz, em 1969, realizando uma quinzena de documentários e, a partir de 1973, alguns média metragens de ficção para a televisão. A estréia no cinema veio em 1966, com From the City of Lódz. Com Personal (1975), Spokoj (A Calma, 1976) e Blizna (Cicatriz), realizou uma crítica feroz à sociedade polonesa. O cineasta conquistou reputação internacional com Amator (1979, Grande Prêmio do Festival de Moscou e Gdansk), parábola brilhante e irônica sobre o destino de um cineasta amador face ao conformismo social e político. Przypadek (O Acaso, 1982) e Bez Konca (Sem Fim, 1984) posicionam Kieslowski como um dos líderes de sua geração na Polônia. Seu renome internacional será confirmado com Não Matarás (Krotki Film o Zabijaniu, 1987) e Não Amarás (Krotkifilm o Milosci, 1988), versões cinematográficas dos episódios 5 e 6 do Decálogo, magistral ilustração dos Dez Mandamentos produzida para a televisão. Em 1991 o cineasta seguiu um itinerário particularmente pessoal e original na produção francesa A Dupla Vida de Véronique, seguida da Trilogia das Cores (A Liberdade é Azul, A Igualdade é Branca, A Fraternidade é Vermelha).
Krzysztof Kieslowski morreu no início de março deste ano.

Andrzei Wajda (Polônia, 1926)

Nasceu dia 6 de março em Suwalki, nordeste da Polônia, filho de um oficial de carreira e de uma professora. Durante a guerra, Wajda teve que interromper seus estudos e encontrar pequenos trabalhos para seu sustento. Em 42 lutou com a Resistência. Retomando seus estudos com o fim da guerra, entrou na Academia de Belas Artes de Cracóvia em 1946. A seguir matriculou-se “acidentalmente” na Escola de Cinema de Lódz . Tendo dirigido três curtas, formou-se em 1953 e tornou-se assistente de direção de Aleksander Ford. Estreou no cinema em 1954, mas só obteve consagração internacional com Cinzas e Diamantes. Através de seus filmes, Wajda criticou ferrenhamente o stalinismo e seu país. Sua fama culminou com O Homem de Mármore e O Homem de Ferro, que tiveram grandes problemas com a censura polonesa.