A HISTÓRIA NO CINEMA - O CINEMA NA HISTÓRIA


Histórico do Grupo

O Grupo de Cinema & História é uma iniciativa dos alunos de graduação do Departamento de História que, desde 1995 realizam seminários, mostras e debates sobre a produção cinematográfica e as imbricadas relações entre o cinema e a História. Em conjunto com o Centro de Apoio à Pesquisa em História - CAPH - participamos, em 1994, da Ia Mostra de Cinema e Vídeo Latino-Americano; nos anos seguintes realizamos a II e a III Mostras que tiveram como temáticas centrais, respectivamente, as principais escolas cinematográficas e as múltiplas representações do opérario no cinema. Simultaneamente a organização dos debates, o grupo tem se reunido periodicamente em seminários e estudos da linguagem cinematográfica.
Nestes dois anos de atividade, contamos com o apoio e a inspiração da Profa. Dra. Maria Ligia Coelho Prado, atual chefe do Departamento de História e uma das organizadoras do Acervo de Vídeo do CAPH e do mestrando em cinema Wilson Honório, que orientou o grupo na produção da 3a Mostra e na elaboração de um dossiê sobre o filme Frida Kahlo, la Naturaleza Viva (México, 1980, Paul Leduc).
Em outubro de 1996, em colaboração com o Grupo de Cinema de São Paulo, formado por alunos de Cinema e Vídeo da ECA-USP, organizamos a Mostra Cinema e História, às segundas-feiras na sala Cinemateca, com a exibição de filmes seguidos de debates. Participaram da mostra os professores doutores Maria Aparecida de Aquino (Dep. História-USP), Elias Thomé Saliba (História-USP) e Alcides Freire Ramos (História - Universidade Federal de Goiás), entre outros.
Dando continuidade a nossa perspectiva de fomentar o debate nas ciências humanas sobre a produção cinematográfica, elaboramos - com a colaboração do Grupo de Cinema de São Paulo - o Projeto: A História no Cinema - O Cinema na História.
Entendemos que a reflexão no campo historiográfico ampliou consideravelmente as possibilidades de pesquisa do historiador, incorporando à documentação utilizada na pesquisa histórica, as demais linguagens, em especial, as linguagens audiovisuais. Assim, as pesquisas de renomados profissionais como Marc Ferro, Boris Kossoy, Miriam Moreira Leite, Elias Thomé Saliba, Nicolau Sevcenko, entre outros, tem se encaminhado para a produção cinematográfica, fotográfica, publicitária, etc., indicando novas propostas metodológicas e problemas epistemológicos imprescindíveis. Compreender as múltiplas articulações entre a produção das imagens e o processo cultural mais global, relacionar as afirmações dos grupos étnico-culturais e as tentativas de hegemonias da cultura de massa, a indústria cultural e a elaboração de discursos dos setores sociais e do Estado; avaliar ainda os "estatutos" da produção artística na sociedade atual, em que os países desenvolvidos mantém poderosos complexos industriais de entretenimento e de lazer.
Enfim, urge que o historiador reflita coletivamente sobre a ampliação do seu campo de investigação, na medida em que a sociedade contemporânea se constitui, cada vez mais, como sociedade de informação, de imagens múltiplas e contraditórias que informam o cotidiano nas grandes cidades. Na medida também, que o cinema se constitui como indústria, como arte, como veículo de comunicação e, finalmente, como fenômeno social, portanto, como documento que expressa anseios, desejos e frustrações.

Curadoria: Grupo de Cinema e História, Paulo Santos Lima e Antonio Reis Junior.