20 de agosto de 1997 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio

Ficha técnica

Baile Perfumado
Brasil, 1996
Paulo Caldas, Lírio Ferreira
Argumento, pesquisa e roteiro: Hilton Lacerda, Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Produção Executiva: Germano Coelho Filho, Marcelo Pinheiro, Aramis Trindade, Lírio Ferreira e Paulo Caldas
Direção de Fotografia: Paulo Jacinto dos Reis
Montagem: Vânia Debbs
Direção de som: Renato Calaça e Valéria Ferro
Direção de produção: Cláudio Assis
Direção musical: Chico Science, Fred 04, Sérgio Vcloso e Lúcio
Direção de arte: Adão Pinheiro
Consultoria histórica: Frederico Pernambucano de Mello
Elenco: Duda Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Aramis Trindade,Chico Dias, Jofre Soares, Cláudio Mamberti, Giovanna Gold, Germano Flaiut.

SINOPSE:
O filme narra a trajetória de Benjamin Abrahão, um jovem libanês da cidade de Zahelh, que acalenta o sonho de filmar Lampião. Após ter realizado uma foto retratando Lampião posando como Rodolfo Valentino no filme “Sangue e Areia”, Benjamim convence Ademar Albuquerque, proprietário da recém-inaugurada ABA-Filmes, a financiar sua façanha.
Benjamin embrenha-se na caatinga atrás do bando de Lampião. No caminho vai colhendo depoimentos e construindo um mosaico de tipos sertanejos: pessoas simples, vítimas e cúmplices do cangaço e, principalmente revelando a rede de coiteiros que davam proteção aos cangaceiros.
Finalmente em 1936 dá-se o tão esperado encontro. Inicialmente desconfiado, Virgulino percebe que Abrahão iria projetar sua imagem para o mundo. Após seis meses de extenuantes filmagens, Abrahão volta a Fortaleza para montar o material. Albuquerque, no entanto, mostra-se insatisfeito com as imagens: ele queria cenas de violência que não foram captadas pelo cinegrafista.
O que Albuquerque não sabia é que o próprio Virgulino dirigira as cenas: eram imagens desconcertantes de Lampião lendo, dançando, bebendo, escrevendo, discursando, registradas de formas não convencional.
Lampião já aceitava mulheres em seu bando e seu cotidiano era marcado pela riqueza e pelo divertimento. Um desses momentos eram os “bailes perfumados”, quando o bando se perfumava com fragrâncias importadas e dançava a noite inteira numa espécie de ritual alegre e descontraído. Os cangaceiros estavam inebriados com o luxo.
O Estado Novo sente-se provocado pela audácia das imagens de Benjamin. O filme não era uma anti-propaganda do cangaço. Muito pelo contrário. O material de Benjamin é apreendido pelo DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado, no primeiro caso de censura política ao cinema no Brasil. Após um ano da proibição, Benjamin Abrahão encontra seu fim: é morto com 42 facadas, a mando de um coronel do distrito de Pau Ferro, interior de Pernambuco.

Baile Perfumado