Borges no Cinema

Alphaville

24 de novembro de 1999 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio

Ficha técnica

Alphaville
França, Itália, 1965
Jean-Luc Godard
98min, legendas em português.
Produção: Chaumiane (Paris), Filmstudio (Roma)
Produtor: André Michelin
Elenco: Eddie Constantine, Anna Karina, Howard Vernon, Akim Tamiroff, Laszlo Szabo e Jean-Louis Comolli
Música: Paul Misraki
Som: René Levert
Fotografia: Raoul Coutard
Montagem: Agnès Guillemot
Roteiro e Dircçào: Jean-Luc Godard.

SINOPSE:
O agente secreto Lemmy Caution atravessa o espaço intergalático para chegar a Alphaville e investigar os paradeiros de seu predecessor Henri Dickson e do professor Von Braun. Em Alphaville, depara-se com o supercomputador Alpha 60, que controla a sociedade e elimina todos os que divergem da ordem dominante.

Comentário: "Em Alphaville, Godard volta a citar Borges [já o havia feito em Les Carabiniers], desta vez de forma encoberta* durante o combate final de Lemmy Caution contra Alpha 60, computador inapelável que dirige a sociedade do futuro, imagem magnificada de uma Europa onde capitalismo e socialismo se diluíram num totalitário mercado comum. A voz rouca da Máquina vomita na sua agonia algumas linhas da “Nueva refutación del tempo”: “O tempo é a matéria de que sou feito. O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me destrói, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo.”
(Edgardo Cozarinsky: Do Cinema, Lisboa, Livros do Horizonte, 1983.)
Segundo Maria Kodama, viúva de Borges, Alphaville era um dos filmes preferidos do escritor.

Alphaville