13º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DE SÃO PAULO
ATELIERS VARAN
Em 1978, Jacques d'Arthuys, adido cultural francês em Maputo, contata os cineastas Jean Rouch, Jeán-Luc Godard e Ruy Guerra para fazerem filmes sobre a guerra pela independência de Moçambique. Apenas Rouch conclui o trabalho, propondo a organização de um workshop que permitisse a moçambicanos filmar sua própria realidade.
Em 1981, surge, baseado nessa experiência, o projeto dos Ateliers Varan. Na tradição do Cinema Direto, seu objetivo é abrir a realizadores de países em desenvolvimento a possibilidade de fugir de modelos culturais hegemônicos, promovendo um contato com imagens e sons que expressem sua identidade cultural.
Atualmente, os Ateliers são uma organização não governamental e uma das escolas de cinema francesas com reputação internacional. Seus programas de treinamento em vídeo, com 11 semanas de duração, ocorrem em Paris e outros países, como África do Sul, Brasil, Camboja, Colômbia, Filipinas, Laos, Noruega, Papua Nova Guiné e Romênia. Já participaram cerca de 650 trainees, realizando quase 700 vídeos. Em sua equipe, estão engajados 20 profissionais, entre eles estudantes universitários de cinema.
A filosofia do projeto prega que cada aluno se envolva com todos os estágios da produção, buscando uma educação fílmica onde essa divisão do trabalho estimule uma visão crítica. Algumas linhas que definem o estilo Varan são: dirigir não é apenas uma questão de inteligência, artesanato, estética ou técnica, mas também de ética; os realizadores não são observadores distantes, mas se engajam no meio em que estão filmando, respeitando as pessoas filmadas; a curiosidade se expressa pela arte de ouvir, e o processo está sempre ajustando o filme à realidade.
Catalina Villar, representante dos Ateliers no Festival, é convidada do Festival com o apoio do Consulado da França.
In 1978, Jacques d'Arthuys, then the French cultural attaché in Maputo, contacts filmmakers Jean Rouch, Jean-Luc Godard, and Ruy Guerra to make movies about the mr for independence in Mozambique. Only Rouch concludes the work, pitching for the organization ofa workshop that would allow the people from Mozambique to shoot their own reality.
In 1981, the Varan Ateliers project emerges based on this experience. In the tradition of Direct Cinema, the projecfs purpose is to offer filmmakers from developing countries the possibilities of breaking out of hegemonic cultural models, promoting a contact with images and sounds that might express their cultural identity.
Cuttenlly the Ateliers are a non-governmental institution and one of the French schools with International reputation. Their video training programs, with 11 weeks of duration, take piace in Paris and in many other countries, such as South África, Brazil, Cambodia, Colombia, Philippines, Laos, Notway, Papua New Guinea, and Romania. Around 650 trainees have already participated in the program, producing almost 700 videos. In their team, there are 20 professionals, among them afeo college film students.
Their working philosophy States that each student should get involved with all the phases of film production, aiming aí a filmic education in which the division of labor stimulates a criticai view. The Varan style is defined by the following ideas: directing is not only a question of intelligence, artifact, aesthetics or technique, but afeo a question of ethics; the filmmakers are not detached observers, but they must engage themselves with their filming environment and respect whom they are filming; curiosity is expressed by the art oflistening and the process is always adjusting film to reality.
Catalina Villar, who represents the Ateliers at the Festival, is a guest of the Festival with the support of the French Consulate.