HECTOR BABENCO


Hector Babenco, cineasta naturalizado brasileiro desde 1977, nasceu em 7 de fevereiro de 1946 na Argentina, país onde viveu até os 17 anos. Depois, apreensivo com o ambiente anti-semita de Buenos Aires (Babenco é de origem judaica) e com o rigor do serviço militar, ele partiu para a Europa, segundo diz, “com pouco mais de 20 dólares no bolso”.
Durante cinco anos viajou por diversos países da Europa vivendo de bicos. Dois desses anos foram passados na Espanha, onde Babenco iniciou-se na prática do cinema em “spaghetti westerns”. Trabalhou como extra em filmes de Sérgio Corbucci, Giorgio Ferroni e Mario Camus, sendo assistente de direção deste último. Não podendo retornar à Argentina por não ter cumprido o serviço militar, mudou-se para o Brasil, fixando residência em São Paulo em 1969, fundando uma pequena produtora no início dos anos 70, a HB FILMES, e iniciando-se como cineasta de forma independente.
Pixote, a Lei do Mais Fraco, seu terceiro filme, teve grande aceitação nos Estados Unidos e propiciou o início da carreira internacional de Hector Babenco, que viria dirigir filmes co-produzidos pelos norte-americanos.
O dinamismo de sua vida e de sua carreira teve, no entanto, de conviver com um grave câncer no sistema linfático, diagnosticado pela primeira vez em 1983. Controlando a doença, até 1994, com quimioterapia e imunoterapia via oral, Babenco viu seu mal evoluir para o estado crítico, em 1995. Submeteu-se, então, a uma quimioterapia radical, seguida de transplante de medula óssea. Dois anos mais tarde, Babenco foi declarado inteiramente curado. A mostra que o CINUSP apresenta de 08 a 24 de setembro traz seis dos oito longa-metragens que o cineasta dirigiu.