Retrospectiva Rosemberg Cariry

A Saga do Guerreiro Alumioso

22 de novembro de 2006 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio
23 de novembro de 2006 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio
24 de novembro de 2006 - 00h00 - Cinusp Paulo Emílio

Ficha técnica

A Saga do Guerreiro Alumioso
Brasil, 1993
Rosemberg Cariry
Cor, 35mm, 94min, ficção.
Elenco: Emmanoel Cavalcanti.

SINOPSE:
Em Aroeiras, cidade fictícia dos sertões do Ceará, vive Genésio, velho viúvo, sem filhos, aposentado, que preenche a solidão be bendo cachaça e contando histórias e bravatas sobre os antigos cangaceiros. Baltazar, colega de copo de Genésio, é líder camponês e vê o cangaço como uma luta popular superada, buscando novas formas de combater os poderosos locais. Na pequena cidade, as autoridades são alvo da critica popular, em brincadeiras como o “serra velho” e a “malhação de Judas”. Isto gera conflito com a polícia. Ao mesmo tempo, a astúcia das elites tenta controlar a direção do sindicato rural. E, em meio a esta situação, surge e res surge a figura estranha da louca Delfina, profetizando a vinda de um restaurador da ordem e da justiça.

Crítica
“O diretor, aqui, se arrisca. E é preciso que se diga, a quem queira estudar seriamente o assunto: faz um inovador filme de cangaço (ambientado nos dias de hoje), sem que este seja o tema domi nante; uma história onde o cangaço é o fantasma ou o mito heróico pairando sobre um homem; e ainda misturando comédia e tragédia, sem nenhum pudor de gênero. E o filme assim vai se desnudando, expondo influências do cordel de feira ao cinema glauberiano; das leituras atentas sobre cultura popular à prosa de boteco. Mas, so bretudo, são as vivências particulares do autor, não exclusivamente interioranas, a despeito da paisagem sertaneja. A “saga” é também uma viagem por qualquer paragem, seja ela urbana, suburbana ou rural.É o sertão, se assim quisermos,que o diretor traz consigo, esteja onde estiver.E a experimentação acima referida não é no sentido de reinvenção de linguagem, mas de reinvenção de quem assina a obra, a projetar sua própria angústia político existencial, num ou noutro personagem.” (Firmino Holanda)

A Saga do Guerreiro Alumioso