SHAKESPEARE NO CINEMA - PARTE 1


William Shakespeare, o dramaturgo mais famoso da história, é também o escritor mais adaptado para o cinema. Por essa razão, o CINUSP “Paulo Emílio” apresenta uma mostra dedicada exclusivamente às adaptações das peças do autor inglês para a grande tela.
Desde Otelo até o cômico Puck, muitas figuras criadas por Shakespeare ganharam vida no cinema. Mais do que isso, suas figuras e tramas são bases por meio das quais o drama cinematográfico se edificou. E tão grande essa influência que muitas das personagens atuais espelham faces e comportamentos derivados da matéria-prima shakespeariana. Hamlet e Macbeth são modelos dramáticos por excelência, e ainda ecoam na desventura de muitos heróis modernos.
O cinema bebe dessas referências desde sua criação; as adaptações de Shakespeare para esse meio começaram no início do séc. XX e continuam até a atualidade. O fascínio que elas exercem é tão grande que de década em década surgem novas adaptações, e parece que sempre haverá alguém com vontade e motivos para propor uma nova.
O recorte dessa primeira parte da mostra abrange uma grande extensão histórica, de 1948 a 2004, e busca trazer ao público adaptações mais preocupadas em manter a integridade do texto e a unidade dramática da peça, dentro de seu contexto artístico original.


Dentre os filmes selecionados, encontram-se adaptações famosas de Shakespeare, como o Hamlet de Laurence Olivier e Otelo, de Orson Welles. Franco Zeffirelli, conhecido por dirigir muitos filmes baseados em Shakespeare, integra a mostra com Romeu e Julieta, de 1968. O renomado diretor Roman Polanski também faz parte da mostra com o filme Macbeth, de 1971. Os outros dois filmes são adaptações mais recentes, Sonhos de Uma Noite deVerão, de 1999, e O Mercador de Veneza, de 2004.
Como as tramas dos filmes geralmente já são conhecidas pelo espectador, o interessante é observar como o diretor e os atores conduzem essa narrativa, por que ângulo ela será desenvolvida. A fruição está em ver por qual das inúmeras possibilidades da peça o filme flui, dentro da enorme profundidade que é uma obra de Shakespeare.
Boas Sessões!

Jacqueline Plaça e Pedro Cortese.