25 de maio de 2012 - 19h00

Sinopse

No século XVIII, após um duelo em disputa da mão de sua prima, Redmond Barry é obrigado a fugir da Irlanda, seu país natal. Seguem-se numerosos contratempos, ao final dos quais Redmond traça um caminho para inserir-se na aristocracia inglesa.

Em Barry Lyndon, Stanley Kubrick tem um conceito estético muito específico: a construção de um ambiente do século XVIII, e mais que isso, de uma reflexão sobre esse ambiente. A parte conceitual deriva dessa ambivalência, de ser um filme que, mais do que reconstruir uma situação histórica ,faz um discurso sobre ela. Um discurso sobre o ritmo e sobre a trajetória do homem nesse período. O distanciamento faz parte desse discurso, que se constrói com o uso inovador dos zooms, fundindo os planos próximos aos gerais, e se conjuga a uma mise-en-scéne solene e rigorosa. O espaço é dissecado pelo zoom, que o analisa, e as personagens cadenciam sua dramaturgia com base em suas posições, num formalismo coreográfico. O espectador então se distancia da trama porque vê o aparato que constrói essa situação histórica. Dessa forma, a narrativa se abre, tornando-se mais universal. Nosso Barry Lyndon se torna mais um homem manipulado pelos recursos de uma narração que não controla. A grande força do filme está em explorar uma abordagem narrativa singular e mostrá-la para o público, de modo a tornar mais sólida a reflexão sobre esse outro período histórico.

Ficha técnica

Inglaterra, 1975, 183min, Cor, Exibição Digital, Direção: Stanley Kubrick, Elenco: Ryan O’Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee, Hardy Krüger, Diana Körner, Classificação indicativa: 14 anos

Barry Lyndon