O Cinema do Distanciamento

Os Contos de Canterbury

24 de maio de 2012 - 19h00

Sinopse

Segunda parte da "Trilogia da Vida" do aclamado diretor italiano Pier Paolo Pasolini,  Os Contos de Canterbury é baseado no poema narrativo homônimo de Geoffrey Chaucer, escrito no século XIV. Com um humor rico e um visual mágico, cada história narra episódios cômicos e muitas vezes obscenos entre personagens da Inglaterra medieval. Para completar, Pasolini faz uma representação de inferno que teria deixado Hieronymos Bosch orgulhoso.

Enquanto muitos filmes pautam seu estilo pelo excesso ou pelo rebusco de linguagem e forma, os filmes de Pasolini parecem se pautar pelo contrário. Aqui, é a simplicidade que incorpora tudo no filme, uma simplicidade que é tão extrema que se torna incomum. A repetição dos enquadramentos frontais, a decupagem econômica, a planificação das personagens e a ironia constante que percorre o filme dão outra significação às imagens: tudo se passa como uma ilustração dos contos, e os contos, como ilustração da vida. Esse jogo de significações, essa liberdade que os atores e as personagens possuem para se expressar são dados por um recurso que, mesmo sutil no filme, garante a relativa independência entre história e contexto, câmera e narrativa: o distanciamento.

Ficha técnica

I Racconti di Canterbury, Itália/França, 1972, 120min, Cor, Exibição em 35mm, Direção: Pier Paolo Pasolini, Elenco: Hugh Griffith, Laura Betti, Franco Citti, Tom Baker, Pier Paolo Pasolini, Classificação indicativa: 16 anos

Os Contos de Canterbury