NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO 2013


Em cartaz no CINUSP Paulo Emílio de 18 de março a 05 de abril, a segunda edição da mostra NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO segue a linha definida em 2012, apresentando ao público as produções e os lançamentos nacionais mais recentes a partir de um recorte que incite a reflexão sobre a produção audiovisual brasileira contemporânea. A seleção de títulos privilegia filmes que, independentemente de suas diferenças quanto a estruturas de produção, distribuição e exibição, geram expectativa ao indicar renovações estéticas que ganham repercussão no circuito nacional e internacional de festivais. Sem buscar oferecer um panorama completo do cinema brasileiro atual, ou mesmo reunir “os melhores” filmes lançados recentemente, tampouco os “mais vistos”, a programação privilegia filmes que experimentam uma gama heterogênea de estilos e têm o potencial de provocar discussão.

Assim, a mostra procura evidenciar a tensão ainda existente no cinema brasileiro entre filme “comercial” e “de arte”, entre fórmulas estabelecidas e inovação, entre o anseio de atingir uma grande audiência e o de conquistar crítica e festivais. Há filmes planejados para atingir um grande sucesso de bilheteria cujo rendimento acabou ficando abaixo do esperado, como Heleno, Os 3, 2 Coelhos, Boca e Paraísos Artificiais. Há também filmes dirigidos a um público bem mais específico, sem grandes estrelas no elenco e de produção bem mais modesta, que acabaram surpreendendo público e crítica ao conquistar grande repercussão, inclusive internacional, no circuito de festivais – caso de O Som ao Redor e Sudoeste. E há ainda filmes de diretores antes vinculados a um cinema mais autoral e independente que passaram a buscar um diálogo com o grande público em produções de caráter mais comercial e estética mais próxima do padrão televisivo, como Billi Pig, de José Eduardo Belmonte, e Os Penetras, de Andrucha Waddington.

Essas questões relativas a cinema de gênero e autoral na produção recente, são investigadas também em âmbito geracional, por meio de uma seleção que busca um possível diálogo entre a produção de realizadores já consagrados, como Claudio Assis (A Febre do Rato), Marcelo Gomes (Era uma Vez Eu, Verônica) e Ugo Giorgetti (Cara ou Coroa), e o trabalho de diretores mais novos, muitos deles estreantes em longas-metragens, como Juliana Reis (Disparos), Tiago Mata Machado (Os Residentes) Adirley Queirós (A Cidade É uma Só?), Allan Ribeiro (Esse Amor que Nos Consome), Patrícia Moran (Ponto.Org) e Marcelo Lordello (Eles Voltam).

Parte relevante dos filmes selecionados, como O Que Se Move, de Caetano Gotardo, Éden, de Bruno Safadi, Jards, de Eryk Rocha, e Eles Voltam, de Marcelo Lordello, entre outros, permanece inédita no circuito exibidor. Assim como em sua primeira edição, a mostra aproveita, portanto, para antecipar alguns dos próximos lançamentos do cinema brasileiro em sessões especiais de pré-estreias. Somado a isso, no intuito de incitar a reflexão crítica sobre a produção nacional contemporânea e colocar os realizadores em contato direto com seu público, a mostra inclui uma série de encontros entre cineastas e espectadores em debates após as sessões. Trata-se de uma oportunidade valiosa de conhecer os responsáveis por trás de cada filme, ouvindo deles suas razões e métodos, estimulando a análise e a discussão sobre o que tem sido realizado atualmente no cinema brasileiro e sobre de que maneira essa produção atual promete lançar as diretrizes que constituirão o futuro do nosso cinema.