Sinopse
Em um bairro pobre de Teerã, duas irmãs gêmeas são mantidas trancafiadas em casa durante onze anos, sem contato algum com o mundo exterior, o que acaba por leva-las a um processo de retardamento mental. Seus pais, uma senhora cega e um senhor desempregado, justificam a prisão domiciliar por uma passagem de um texto religioso, segundo o qual as jovens são como pétalas que fenecem em contato com o sol. Inconformados, os vizinhos da família denunciam a situação à Assistência Social, que obriga os pais a libertarem as garotas. Libertadas, as jovens que jamais conheceram qualquer coisa além de seu cárcere, passam a descobrir o mundo com olhos infantis. Híbrido de ficção e documentário, o filme reencena situações verídicas nas quais os envolvidos no drama real representam a si mesmos como é o caso do pai, que acreditava que assim poderia defender seu nome, caluniado em sua opinião pela imprensa quando o caso veio à tona. Filha do aclamado diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf, a diretora Samira realizou com este filme sua estreia em longas-metragens quando tinha apenas 17 anos de idade. Tornou-se, com isso, a mais jovem cineasta a concorrer a um prêmio no Festival de Cannes, onde conquistaria depois, por duas vezes, o Prêmio Especial do Júri: em 2000, com o filme Takhté Siah, e em 2003, com Às Cinco da Tarde. Diretora também de um dos segmentos do filme coletivo 11 de Setembro, igualmente em exibição nesta mostra, Samira Makhmalbaf é uma das mais consagradas cineastas femininas em atividade.
classificação indicativa: livre
Ficha técnica
Irã/França, 1998, cor, 35mm, 86'
direção: Samira Makhmalbaf
elenco: Massoumeh Naderi, Zahra Naderi, Ghorban Ali Naderi, Azizeh Mohamadi