MOSTRA NEO-NOIR


Considerado um dos mais importantes gêneros cinematográficos – e um dos mais tipicamente norte-americanos, juntamente com o western – o film noir se desenvolveu e popularizou entre o pós-guerra e os anos 1950, legando às gerações futuras um conjunto impressionante de filmes e diversas inovações estilísticas que se perpetuaram em obras posteriores. Sua definição precisa, contudo, segue controversa. Há críticos e estudiosos que tratam o film noir como um movimento, outros que o consideram um gênero, e diversas tentativas de apontar definitivamente o que caracteriza um filme como tal e o que o exclui dessa classificação.

Buscando ampliar a reflexão sobre a herança do film noir no cinema produzido a partir dos anos 1960, o CINUSP Paulo Emílio oferece ao público a mostra NEO-NOIR, reunindo dezenove longas-metragens produzidos após o fim da "era clássica" do film noir que reafirmam – ou subvertem – as convenções temáticas e os elementos formais definidores desse gênero tão particular.

Estão presentes filmes que homenageiam abertamente o gênero noir, sob um viés que apenas o distanciamento crítico e temporal poderia proporcionar, como O Poder da Sedução, de John Dahl, e Os Imorais, de Stephen Frears, duas modernizações das tramas em torno de femmes fatalesLos Angeles – Cidade Proibida, de Curtis Hanson, um noir típico adaptado do romance de James Ellroy, que buscou homenagear explicitamente o film noirHammett – Mistério em Chinatown, de Wim Wenders, em que o escritor Dashiel Hammett, uma das principais fontes literárias do film noir clássico, é retratado como um de seus personagens e O Homem Que Não Estava Lá, de Joel e Ethan Coen, que tem diálogos e fotografia típicos do film noir, aplicados a um enredo que ironiza suas convenções. Wenders e os irmãos Coen, aliás, são dois exemplos de cineastas cuja filmografia é marcada por diversos filmes de inspiração noir (como O Amigo AmericanoAté o Fim do MundoO Limite da Violência O Hotel de um Milhão de Dólares, no caso de Wenders; Acerto FinalFargoOnde os Fracos Não Têm Vez Gosto de Sangue, no caso dos Coen). E também a comédia Cliente Morto não Paga, com Steve Martin, que ironiza diversos clichês do noir clássico, aproveitando diretamente trechos de diversos filmes das décadas anteriores, e o já clássico Uma Cilada para Roger Rabbit de Robert Zemeckis.

"Noir"

O termo film noir foi forjado pela crítica francesa nos anos 1930 para se referir, em tom pejorativo, a obras como Crime e Castigo, de Josef Von Sternberg, Bas Fonds, de Jean Renoir, O Demônio da Algéria, de Julien Duvivier, O Puritano, de Jeff Musso e Trágico Amanhecer, de Marcel Carné. A alcunha, segundo o uso que dela faziam críticos franceses como Nino Frank e Jean-Pierre Chartier, designava filmes de tom pessimista, atmosfera sombria, temas adultos e anti-heróis de caráter duvidoso, que demonstravam o desalento e os fracassos morais do homem contemporâneo naquele contexto de guerra mundial iminente. Após a 2ª guerra, com a exibição na França de filmes norte-americanos como O Falcão Maltês, de John Huston, À Beira do Abismo, de Howard Hawks, Farrapo Humano e Pacto de Sangue, de Billy Wilder, alguns críticos franceses – entre eles Nino e Jean-Pierre –, relacionaram estes filmes americanos com o estilo que encontravam em filmes franceses dos anos 30, que segundo eles não representava o "verdadeiro cinema francês", reforçando um uso ainda pejorativo do termo noir.

Quase uma década depois dos artigos de Frank e Chartier, Raymonde Borde e Etienne Chaumeton publicaram o Panorama du Film Noir Américain como uma primeira tentativa de explicar as características temáticas e estilísticas do film noir americano e estabelecer o seu cânone. A partir deste momento, o noiramericano começou a ser debatido entre os cinéfilos franceses que publicavam em revistas – como Cahiers du Cinéma ou Positif – textos críticos defendendo ou atacando aquele termo genérico. No final da década de 1960, a publicação do livro Hollywood in the Forties, de Charles Higham e Joel Greenberg, incluiu o primeiro capítulo sobre o film noir escrito nos Estados Unidos, no qual os autores buscaram, sem sucesso, fazer vingar uma tradução do termo film noir como black cinema.

A partir daqueles primeiros artigos franceses e dessa publicação norte-americana, inúmeros textos acadêmicos e críticos publicados nas décadas seguintes propuseram uma investigação em busca de uma definição e um elenco preciso de obras, que se enquadrariam naquele movimento ou gênero. É interessante perceber que a definição de film noir foi perdendo o sentido que era dado pela crítica francesa e se tornando um objeto acadêmico com história própria.

Um exemplo dessa reinvenção é a usual ligação que se estabelece nos textos acadêmicos americanos entre a gênese do termo film noir e uma coleção de livros americanos, editada na França por Marcel Duhamel, e chamada Série Noire. Ligação essa que não poderia ser realizada pelos críticos franceses, visto que esses livros (conhecidos também pelo termo hardboiled), que de fato foram frequentemente adaptados para o cinema por cineastas dentro da tradição Noir, ainda não haviam sido lançados pela coleção – Raymond Chandler só foi publicado em 1948 e Dashiell Hammet e James M. Cain, em 1949.

O gênero noir clássico.

O que se convencionou chamar de film noir, grosso modo, são filmes americanos de ambientação urbana e noturna, de tramas policiais ou de mistério protagonizadas por detetives, investigadores, jornalistas ou homens comuns levados a cometer crimes, normalmente envolvidos com uma mulher forte, sensual e de atitudes dúbias – femme fatale. Comumente adaptados de romances policiais baratos (os pulps), de escritores como Hammett, Chandler e Cain, os filmes considerados noir também se caracterizavam por sua fotografia em preto e branco, com baixa iluminação, alto nível de contraste e sombras dramáticas, conferindo uma ambientação sombria, "negra", refletindo tantos os aspectos sociais como psicológicos das personagens.

Por influência do contexto histórico em que foram produzidos, os típicos film noir do período clássico refletiam sentimentos de desilusão, angústia, paranoia, insegurança, traição ou confinamento, sob influência de ideias existencialistas, formando um quadro geral que negava o maniqueísmo e borrava os limites entre certo e errado, legalidade e ilegalidade, mocinhos e bandidos, rejeitando os rígidos padrões morais da América do New Deal que se refletiam na censura imposta pelo chamado Código Hays – conjunto de diretrizes ultramoralistas e puritanas, impostas para banir dos filmes o uso de palavrões e expressões vulgares, a presença de mulheres fumando, cenas de crime, prostituição, drogas ou armas e histórias que indicassem a derrota da lei.

film noir, com isso, colaborou para a superação daquele rígido código moral, tornando comuns personagens moralmente ambíguos, desiludidos, cínicos, geralmente fumantes, de métodos pouco convencionais, à beira da ilegalidade, bem como mulheres que fugiam ao padrão das "mocinhas" dos melodramas, apresentando-se como femme fatales independentes e, muitas vezes, manipuladoras, enganadoras e perigosas.

Do mesmo modo, os clássicos film noir rejeitavam a convenção do happy ending, não se furtando a apresentar resoluções em que as coisas dão errado para o protagonista masculino, feminino, ou para ambos, em particular sem a concretização de um par romântico. No típico film noir, também se faziam presentes diálogos cortantes, agudos, com frases diretas e curtas, repostas rápidas e constante presença de ironia, sarcasmo e duplos sentidos de conotação sexual. Outra característica comum àqueles filmes pode ser encontrada na ênfase na subjetividade do protagonista, expressa em narrações em voice over do discurso em primeira pessoa do próprio protagonista, no constante uso de flashbacks e até mesmo na preferência pela câmera subjetiva (utilizada, por exemplo, ao longo de todo o filme A Dama do Lago, do Robert Montgomery).

Fortemente influenciado pela imigração europeia impulsionada pela Segunda Guerra Mundial e por profissionais de cinema vindos de tradições diversas, o film noir representou a incorporação ao cinema norte-americano de traços estilísticos e temáticos do Expressionismo alemão e do Realismo Poético francês. Não à toa, diretores migrantes como Boris Ingster, Fritz Lang, Billy Wilder, Robert Siodmak, Fred Zinneman, Edgar G. Ulmer, Otto Preminger, Max Ophuls, John Brahm, Anatole Livak, Douglas Sirk, Wiliam Dieterle e Curtis Bernhardt, diretores de fotografia como John Alton e Rudolph Maté e compositores como Franz Waxman e Max Steiner se envolveram em Hollywood com a produção de filmes que depois seriam considerados típicos exemplares do film noir. É importante saber que os filmes noir americanos foram produzidos sem a consciência de pertencerem a um mesmo movimento ou gênero, uma vez que essas definições foram estabelecidas a posteriori.

Heranças do noir e a mostra NEO-NOIR do CINUSP

Com este breve elenco de características temáticas e formais, torna-se possível enxergar o film noir como um gênero cinematográfico, mais do que apenas um período específico da história do cinema, que teria se encerrado em 1958, ano em que foi lançado aquele que é, para muitos, considerado o último autêntico representante daquele movimento: A Marca da Maldade, de Orson Welles. Ainda mais porque, passadas mais de cinco décadas, o film noir acabou por se deslocar de um contexto social e histórico específico e evoluiu incorporando novas características e gerando novos frutos. Ao longo dos anos 1960, filmes policiais como Caçador de Aventuras, de Jack Smight, e À Queima-roupa, de John Boorman, mantiveram viva a tradição de investigadores "durões", envolvidos em dilemas morais e personagens duvidosos, ainda que sob novas roupagens e em ambientações diversas.

Mas a derradeira "ressurreição" do film noir se deu com o sucesso de Chinatown, filme que Roman Polanski dirigiu em 1974, já alterando o gênero em alguns de seus aspectos, ambientando boa parte de sua ação em sequências externas diurnas. É a partir dali que surge o termo neo noir para designar os filmes realizados após 1958 que apresentam, com maior ou menor destaque, plena consciência das regras do film noir, escolhendo, caso a caso, retomá-las a partir do viés da paródia, da homenagem, do pastiche ou da subversão. Se o noir é um gênero que designa a posteriori filmes produzidos sem plena consciência de suas convenções, o mesmo não pode ser dito do neo-noir, visto que os filmes que se enquadram nessa definição já foram produzidos com a consciência precisa do que era o film noir.

neo-noir já não utiliza apenas a fotografia em preto e branco (embora ela ainda possa ser um recurso) e nem sempre se vale da narração por voz over ou da ambientação sempre urbana e noturna. O neo-noiratualiza temas, enredos, personagens e formas, recorrendo a novas técnicas cinematográficas e valendo-se dos avanços sociais em termos de censura e representação, mas sem abandonar a alienação, o pessimismo e a ambivalência moral contidos nos filmes noir clássicos. Alguns filmes inovam trazendo elementos futuristas, outros fazem uma exegese do noir clássico pela via do pastiche pós-moderno e outros, ainda, utilizam-se das convenções do gênero para reafirmar as novas posições de grupos sociais oprimidos historicamente, cujas preocupações eram excluídas do noir clássico.

Imediatamente após a repercussão da obra-prima de Polanski, o final dos anos 1970 e o início dos anos 1980 viram surgir uma infinidade de filmes policiais neo-noir, como A Piscina Mortal, de Stuart Rosenberg, continuação de Caçador de AventurasUm Perigoso Adeus, de Robert Altman, Corpos Ardentes, de Lawrence Kasdan, ou Acerto de Contas, de Jim McBride, além de refilmagens de clássicos do gênero, como as de O Destino Bate À Sua Porta por Bob Rafelson, em 1981, de Morto ao Chegar por Annabel Jankel e Rocky Morton, em 1988, e de O Beijo da Morte por Barbet Schroeder, em 1995. As convenções do film noir,desde então, extrapolaram até mesmo os limites dos filmes policiais, estendendo-se a títulos dos mais diversos gêneros, como a ficção-científica: Outland – Comando Titânio, de Peter Hyams, Blade Runner – O Caçador de Androides, de Ridley Scott, Alphaville, de Jean-Luc Godard); a comédia como a paródia-homenagem Cliente Morto Não Paga, de Carl Reiner, no qual Steve Martin "contracena" com cenas autênticas extraídas de clássicos do noir; a fantasia infanto-juvenil como Darkman – Vingança Sem Rosto, de Sam Raimi; as diversas versões dos quadrinhos Batman para o cinema; o já clássico Uma Cilada para Roger Rabbit, de Robert Zemeckis, em que personagens de desenho animado protagonizam uma trama que retoma vários elementos típicos do film noir, e até mesmo o documentário: o brasileiro 33, investigação em primeira pessoa do diretor Kiko Goifman narrada como um film noir.

Finalmente, é válido lembrar que, por se tratar de uma mostra cuja proposta é trazer filmes que marcaram e expandiram a idéia do gênero neo-noir, diversas obras, mesmo que importantes e de grandes diretores, não caberão em nossa seleção. É o caso de Brian de Palma (Um Tiro na NoiteDublê de CorpoFemme Fatale,A Dália Negra), Martin Scorsese (Taxi Driver, Caminhos Perigosos), Steven Soderbergh (Obsessão,Irresistível PaixãoO Estranho), Sam Raimi (Darkman – Vingança Sem RostoUm Plano Simples), Oliver Stone (Reviravolta), Christopher Nolan (FollowingAmnésia), David Lynch (Veludo AzulCidade dos Sonhos), David Fincher (Seven – Os Sete Crimes Capitais), e mesmo de cineastas europeus como François Truffaut (Atirem no PianistaO Último Metrô), Jean-Pierre Melville (que teve o seu O Samurai selecionado para esta mostra, mas que poderia ser lembrado também por O Círculo Vermelho ou Os Profissionais do Crime, dentre muitos outros) e Jean-Luc Godard (de quem foi incluído nessa mostra apenas Alphaville).

A programação conta com alguns exemplos de filmes que deslocam e subvertem convenções do típico film noir, seja do ponto de vista dos personagens, que agora são mais diversificados em termos de raça (como em O Diabo Veste Azul, de Carl Franklin, um film noir dirigido e protagonizado por negros) ou de sexualidade (como em Má Educação, de Pedro Almodóvar, um melodrama gay noir). Extrapolando limites temporais para demonstrar como o film noir seguiu sendo feito para além de seu período clássico nos anos 1940 e 1950. A seleção de filmes também busca evidenciar como o neo-noir escapa às fronteiras geográficas do cinema de Hollywood, incluindo obras realizadas fora dos Estados Unidos em países tão diversos quanto a França (O SamuraiAlphaville), a Espanha (Má Educação), e mesmo o Brasil (A Dama do Cine Shanghai, de Guilherme de Almeida Prado, além do já citado 33).

Com um panorama extremamente diversificado em termos de abordagens, estilos, épocas e ambientes, a mostra NEO-NOIR busca oferecer ao público do CINUSP uma oportunidade única para conhecer e pensar os desdobramentos de uma das mais influentes e longevas tradições do cinema mundial.

 

PROGRAMAÇÃO:

26/01 | segunda

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 A PISCINA MORTAL

19h00 CORPOS ARDENTES

27/01 | terça

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 ALPHAVILLE

19h00 UM PERIGOSO ADEUS

28/01 | quarta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 PODER DA SEDUÇÃO

19h00 O DIABO VESTE AZUL

29/01 | quinta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ

19h00 O SAMURAI

30/01 | sexta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 HAMMETT

19h00 À QUEIMA-ROUPA

MARIA ANTÔNIA

20h00 BLADE RUNNER

31/01 | sábado

MARIA ANTÔNIA

18h00 O PODER DA SEDUÇÃO

20h00 O DIABO VESTE AZUL

01/02 | domingo

MARIA ANTÔNIA

17h30 A DAMA DO CINE SHANGHAI

20h00 CORPOS ARDENTES

02/02 | segunda

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 A DAMA DO CINE SHANGHAI

19h00 UMA CILADA PARA ROGER RABBIT

03/02 | terça

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 OS IMORAIS

19h00 CLIENTE MORTO NÃO PAGA

04/02 | quarta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 MÁ EDUCAÇÃO

19h00 A PISCINA MORTAL

05/02 | quinta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 CHINATOWN

19h00 ALPHAVILLE

06/02 | sexta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 O DIABO VESTE AZUL

19h00 O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ

MARIA ANTÔNIA

20h00 O SAMURAI

07/02 | sábado

MARIA ANTÔNIA

17h30 LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA

20h00 A PISCINA MORTAL

08/02 | domingo

MARIA ANTÔNIA

18h00 HAMMETT

20h00 UM PERIGOSO ADEUS

09/02 | segunda

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 BLADE RUNNER

19h00 OS IMORAIS

10/02 | terça

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 À QUEIMA-ROUPA

19h00 MÁ EDUCAÇÃO

11/02 | quarta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 O SAMURAI

19h00 A DAMA DO CINE SHANGHAI

12/02 | quinta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 CLENTE MORTO NÃO PAGA

19h00 33 | DEBATE COM KIKO GOIFMAN

13/02 | sexta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 UMA CILADA PARA ROGER RABBIT

19h00 CHINATOWN

MARIA ANTÔNIA

20h00 ALPHAVILLE

14/02 | sábado

MARIA ANTÔNIA

17h30 CHINATOWN

20h00 O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ

15/02 | domingo

MARIA ANTÔNIA

17h30 LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA

20h00 O PODER DA SEDUÇÃO

16/02 | segunda

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 Não haverá sessão CARNAVAL

19h00 Não haverá sessão CARNAVAL

17/02 | terça

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 Não haverá sessão CARNAVAL

19h00 Não haverá sessão CARNAVAL

18/02 | quarta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 Não haverá sessão CARNAVAL

19h00 Não haverá sessão CARNAVAL

19/02 | quinta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 CORPOS ARDENTES

19h00 BLADE RUNNER

20/02 | sexta

CIDADE UNIVERSITÁRIA

16h00 UM PERIGOSO ADEUS

19h00 LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA

MARIA ANTÔNIA

20h00 MÁ EDUCAÇÃO

21/02 | sábado

MARIA ANTÔNIA

17h30 UMA CILADA PARA ROGER RABBIT

20h00 OS IMORAIS

22/02 | domingo

MARIA ANTÔNIA

17h30 CLIENTE MORTO NÃO PAGA

20h00 À QUEIMA-ROUPA