Entre os dias 14 de março e 17 de abril, está em cartaz no CINUSP Paulo Emílio a mostra CARNIFICINA, contando com 25 filmes de terror. Levando em consideração todos os meios de expressão artística, do teatro Grande Guignol até a literatura especializada, o cinema foi um importante veículo para a ficção de horror. Muitas vezes tido como mero entretenimento, o cinema de terror foi secundarizado por décadas pelo pensamento cinematográfico, gerando poucas mostras ou pesquisas acadêmicas. Valorizando este gênero popular, interessante e importante para o cinema, o CINUSP Paulo Emílio realiza uma curadoria diversificada que tenta abarcar as inúmeras facetas do gênero.

            O cinema de terror opera sobre uma contradição gerada na mente do espectador. Atua entre sua repulsa ao que se passa na tela e seu ímpeto voyeurístico que passivamente assiste ao horror iminente, implicitamente desejando-o. Compartilhando olhos arregalados, gritos de susto e respirações presas, o filme de terror exibido no cinema possui um caráter singular de repulsa e voyeurismo coletivo daqueles que, escondidos da tela com as mãos no rosto, assistem a tudo por entre as frestas dos dedos, precisando saber o que acontece.

            A mostra CARNIFICINA intenta alimentar justamente esta contradição, por meio de uma curadoria de filmes horrorizantes, mas que exigem o olhar do espectador. Contando com clássicos como O iluminado e Frankenstein, filmes cult como O massacre da serra elétrica, filmes pouco exibidos como Medo e o experimental Begotten, a mostra almeja trazer ao público a variedade dentro do próprio gênero.

            Com grandes diretores como John Carpenter, Wes Craven, Sam Raimi, George A. Romero, Herschell Gordon Lewis e Roger Corman, a CARNIFICINA traz ao público títulos de muitos daqueles que inovaram dentro do gênero e que inauguraram tendências e subgêneros do terror como o Gore, Slasher film, Torture Porn, filmes de zumbi e filmes de monstros.

            A mostra conta ainda com uma seleção de filmes brasileiros do gênero, antigos e recentes, realizados por diretores com, Rodrigo Aragão, Joel Caetano, Peter Baiestorf e, claro, José Mojica Marins, um dos maiores diretores de terror da história do cinema. Completa a mostra as pré-estreias de Para minha amada morta, de Aly Muritiba e Mate-me por favor, de Anita Rocha da Silveira.