VI MOSTRA DE ANIMAÇÃO


As primeiras experiências das crianças com o cinema são marcantes. As imagens causam fascínio e têm o poder de transportar para outros lugares. Muitos dos filmes são vistos repetidamente na infância e alguns desses são lembrados até a vida adulta. O encantamento com mundos novos e a identificação com personagens são parte importante da formação cultural da criança. A partir dessas reflexões, o CINUSP Paulo Emílio apresenta de 17 de julho a 4 de agosto a VI MOSTRA DE ANIMAÇÃO, tendo como foco desta edição o público infantil, com filmes que contemplam o brincar, as descobertas e o imaginário da criança. As exibições serão dubladas em todos os horários e a maioria da seleção é livre a todos os públicos.

Faz parte da infância a necessidade de descobrir o mundo, tanto o real quanto os mundos imaginários. A curiosidade leva a criança a explorar o que existe ao redor, chegar a algumas conclusões e fazer diversas perguntas aos adultos, nem sempre respondidas. Esses descobrimentos estão presentes em filmes como o misterioso Coraline e o Mundo Secreto (2009), do estúdio LAIKA, conhecido por suas produções em stop-motion. No filme, uma menina percebe que existe muito mais do que aquilo que se observa à primeira vista. No brasileiro O Menino e o Mundo (2013), a cidade é desvendada pelo olhar de uma criança, que encontra nela as coisas belas, mas também aquelas que causam a dor.

Os filmes infantis não tratam apenas das lendas ou do fantástico, mas também podem apresentar questões da vida em cidades, como em Zootopia: Essa cidade é o bicho (2016), vencedor do Oscar de melhor animação em 2017. Judy Hoops, uma coelha do interior, vai para Zootopia, uma cidade grande onde animais de diversas espécies convivem, para realizar um sonho e se depara com alguns conflitos sociais.

Crianças e adultos têm formas diferentes de perceber a realidade em que vivem. Considerando que o mundo da criança é permeado pela fantasia e que o brincar está presente o tempo todo, foram selecionados filmes priorizando-se o aspecto lúdico. Em filmes como o divertido Kung Fu Panda 3 (2016), os ensinamentos e a jornada de autoconhecimento são mesclados com uma série de trapalhadas do panda Po.

As lendas contadas por adultos constituem parte importante do imaginário infantil, causando deslumbramento e curiosidade nas crianças. O papel delas como elemento central da narrativa se faz presente em algumas das produções escolhidas, como Kubo e as Cordas Mágicas (2016), também do estúdio LAIKA, no qual a história lendária de sua família e dos feitos de seu terrível avô perseguem Kubo, que se vê diante de uma jornada para salvar sua própria vida. Em Moana: Um mar de aventuras (2016), ocorre algo semelhante: a personagem principal é movida pelas histórias de seu povoado e conta com a ajuda de um semideus em sua aventura. Já em A Viagem de Chihiro (2001), do famoso estúdio japonês Ghibli, Chihiro adentra com seus pais o mundo espiritual, morada de diversos deuses e demônios, e precisa disfarçar sua humanidade para poder salvá-los.

Além de filmes de grandes estúdios, a mostra traz também Kiriku e a Feiticeira (1998). A produção franco-belga-luxemburguesa retrata uma conhecida lenda da África Ocidental e conta com trilha sonora original do compositor senegalês Youssou N’Dour, que utiliza apenas instrumentos tradicionais. No filme, observa-se a força da tradição oral africana e o importante papel dos griôs (contadores de histórias) na disseminação da tradição e dos saberes acumulados pelas diversas gerações.

O afeto para com as personagens é marca presente nos filmes de animação da Disney. Fazem parte da programação Procurando Nemo (2003) e também a sequência lançada recentemente, Procurando Dory (2016), que conta mais sobre a história de Dory, a querida companheira de Merlin e Nemo.

O CINUSP convida o público - de todas as idades - a se divertir com os filmes da mostra.

 

Giulia Martini
Maria Carolina Gonçalves
Vitoria Freitas