BRASIL EM TRANSE


Há 50 anos, o Brasil experimentava um de seus mais efervescentes momentos culturais. No primeiro semestre de 1967, duas obras constituíram marcos desta ebulição cultural, o filme Terra em Transe de Glauber Rocha, lançado em maio, e Tropicália, Projeto Ambiental de Hélio Oiticica exposto a partir de abril no MAMRJ. São obras que reverberam ao longo de um período pleno de inovações no cinema, no teatro, na MPB e nas artes visuais, como as canções que marcaram a história da música popular brasileira no Festival da Record, a montagem de O Rei da Vela de José Celso Martinez Corrêa, os novos impulsos trazidos àquele debate pelo cinema de invenção e pela experimentação da Nova Objetividade e do neo-concretismo.

É um momento que vale repor no debate cultural nos dias de hoje por sua contemporaneidade estética e intervenção na vida brasileira, tendo como ponto de partida o cinema brasileiro, produzido essencialmente naquele contexto (décadas de 1960 e 1970). Celebrar os 50 anos destes marcos culturais é também relatar passagens de nossa história sócio-política daquele momento e refletir sobre nossa história recente.

Com curadoria de Ismail Xavier, e a coordenação da Sociedade Amigos da Cinemateca, em parceria com a Cinemateca Brasileira e o CINUSP, esta mostra reúne mesas de debate e exibição de filmes.