Mostra de filmes dos coletivos paulistas A Revolução Não Será Televisionada, Bijari, Catadores de História, Cia Cachorra, C.O.B.A.I.A, Contra Filé, Coringa, Elefante, Empreza, Esqueleto Coletivo, Frente 3 de Fevereiro, Menossões, Nova Pasta, TRan- caRUa, EIA, Ocupeacidade". Todas as noites, após a sessão, convidados falam sobre o fenômeno "Coletivo de Arte", na última noite de programação, os coletivos e teóricos envolvidos no processo da mostra são convidados a participar de um momento final de reflexão e prospecção de futuro. As ações artísticas coletivas são um movimento cultural contemporâneo que amplia as fronteiras da arte/estética/política e potencializa sua função social ao se conectar e dialogar com outras esferas do conhecimento, outros públicos, diferentes espaços de atuação, novas práticas artísticas e novas formas de organização.
Segundo o crítico Ricardo Rosas, "há uma lacuna na compreensão do fenômeno: Coletivos de Arte. O meio das artes ainda não compreendeu a questão da coletividade em sua profundidade e multiplicidade, por que a lógica da produção coletiva segue padrões de criação, veiculação e fruição fora dos padrões usuais das instituições artísticas tradicionais. Critérios comuns nas artes como exclusividade, comercialização, acesso, originalidade ou autoria são abertamente desafiados pelas práticas desses grupos. Da mesma forma, valores, hierarquias, formalismos, exposição, objeto, estilo pessoal, são todos vistos com suspeita, ironizados ou mesmo desprezados, quando não absolutamente ignorados. Os coletivos e a produção realizada na Ocupação Prestes Maia por sair do modus operanti do sistema capitalista ficam a margem da compreensão do seu sistema de atuação, tão rico e inspirador".

Túlio Tavares, organizador da mostra.